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CCTM

Comemorações do Centenário do nascimento de Manuel Tito de Morais

09
Jul10

Artífice da edificação do Partido Socialista

CCTM

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Tito de Morais é uma figura incontornável do socialismo em Portugal. Homem de princípios, combatente contra a ditadura fascista e o colonialismo, lutador pela liberdade e pelo estabelecimento da democracia em Portugal, a sua acção política foi determinante para a criação do Partido Socialista.

Quando se comemora o centenário do nascimento de Tito de Morais e se impõe dar a conhecer a sua obra, não é demais repetir, ainda que numa brevíssima resenha, algumas notas da acção política do indomável resistente e combatente pelos ideais do socialismo.

Filho de revolucionário da instauração da República, a sua acção política iniciou-se cedo, tendo logo aos 16 anos participado numa greve de estudantes do Liceu Camões, episódio que lhe acarretou a agressão de um agente da repressão da ditadura. Foi o seu baptismo de fogo. Dir-se-ia que este incidente teve um efeito catalisador e Tito de Morais nunca mais parou na sua luta contra a opressão e pela liberdade.

O combate de Tito de Morais acarretou-lhe profundas atribulações a vários níveis. Sofreu várias prisões – entre outras, por integrar o MUD e participar nas campanhas eleitorais de Norton de Matos e Humberto Delgado – demitido de empregos, não podendo exercer uma actividade profissional como engenheiro, e por fim o exílio para onde foi empurrado. E foi nesta situação que Tito de Morais, longe dos esbirros da ditadura, deu largas à sua imaginação revolucionária e desenvolveu uma acção política consequente.

Em 1964, na Suíça, Mário Soares, Tito Morais e Ramos da Costa criam a Acção Socialista Portuguesa (ASP). Dois anos mais tarde foi decidido que Tito de Morais, depois de actividade política no Brasil e na Argélia, fixasse residência em Roma. Estavam criadas condições para uma nova fase de luta contra a ditadura.

Tito de Morais começou por dar especial atenção aos contactos na área internacional, participando em conferências e congressos de prestigiados partidos e organizações europeias, dando a conhecer a situação política em Portugal e obtendo significativos apoios para a luta dos socialistas no país.

O “Portugal Socialista”, criado em 1967, foi um instrumento de luta contra o fascismo e concebido para, no quadro da ASP, ‘contribuir para a estruturação política e organizativa dos socialistas portugueses’. Este tema da organização foi uma constante das preocupações de Tito de Morais, e não foi por acaso que no primeiro número desta publicação o tema é abordado e recorrente em várias edições seguintes.

Sendo este jornal uma publicação produzida em Roma, é de imaginar as dificuldades na sua distribuição em Portugal, obstáculo suplantado pela criatividade do fundador e director do jornal, Tito de Morais, tendo sempre conseguido que as edições circulassem em Portugal.

Outro aspecto a destacar foi o contacto com os emigrantes. A ASP era um movimento preocupado com a formação política e a intervenção dos trabalhadores. Não foi por coincidência que o “Portugal Socialista” foi fundado no dia 1º de Maio – o Dia do Trabalhador. Tito Morais promoveu encontros com trabalhadores em vários países europeus, de que resultou a criação de Núcleos ASP e que veio a reflectir-se de forma positiva no Congresso da fundação do Partido.

Em síntese, as acções políticas de Tito de Morais no exílio, com o empenho, a dedicação e o estímulo que promoveu em toda a sua actividade para o trabalho progredir, o recrutamento de militantes e a expansão da ASP, concorreram de forma decisiva para a criação das condições necessárias que levaram à fundação do Partido Socialista.

No Congresso da fundação, organizado sob sua responsabilidade, apresentou dois documentos: Política Interna da ASP e Problemas de Organização. É certo que são documentos datados, mas onde não falta espaço para alguma presciência política quando reflecte sobre o futuro, admitindo o derrube do regime fascista pelas forças armadas. Regista-se também a sua preocupação ideológica de uma comunidade solidária e fraterna ao afirmar “… não aceitar nada que possa comprometer a construção, embora por fases sucessivas, da sociedade socialista”.

Após a Revolução redentora dos militares de Abril, Tito Morais regressou a Portugal depois de 13 longos anos no exílio, não se deslumbrou por cargos de prestígio social e colocou todo o seu empenhamento na organização do Partido Socialista. Como 1º Secretário Nacional ficou instalado na sede nacional, dirigiu múltiplas áreas políticas e formou equipas que, sob sua orientação, implementaram o Partido a nível nacional.

Tito de Morais continuou a servir o Partido Socialista exercendo vários cargos, de que se destacam, a nível institucional, o de Presidente da Assembleia da República, e a nível partidário, o de Presidente do Partido Socialista. O ex-exilado, exercendo então funções do maior prestígio nacional, continuou igual a si próprio, na sua modéstia e integridade. Manteve-se durante toda a vida como o guardião dos valores do socialismo, e encontramo-lo, em Maio de 1992, no seu “Portugal Socialista”, a escrever: “Vem-se acentuando no seio do Socialismo democrático a tendência de, por razões eleitoralistas, se adaptarem os modelos neoliberais existentes que vão tornando os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e, para mascararem esta tendência, afirmam que se trata de uma ‘MODERNIZAÇÃO’.”

Estas breves notas, de apenas alguns aspectos relevantes da acção política de Tito de Morais, são suficientes para o colocar na galeria da História do Socialismo em Portugal, como vulto do maior destaque que não se poupou a esforços na luta contra a ditadura, para a edificação do Partido Socialista e a institucionalização da Democracia em Portugal.

Tem sido para mim uma grande honra e forte emoção participar nesta bem merecida homenagem a Tito de Morais, com quem tive o privilégio de colaborar como companheiro de exílio, como camarada e como amigo.

A melhor homenagem que devemos prestar a Tito de Morais é prosseguir na defesa dos valores do Socialismo Democrático de que ele sempre foi porta-voz.

José Neves

© CCTM (152)

09
Jul10

Esta viagem a Tito de Morais é uma passagem geracional de testemunho

CCTM

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Poder imaginar Tito de Morais com cem anos a partir da memória de há trinta e seis é um exercício difícil para quem com ele partilhou a energia verde do olhar e vermelha dos cravos, da solidariedade e da fraternidade que sempre distribuiu a quem com ele se cruzou.

Imaginar o País que ele queria e por quem nunca vacilou no seu querer, é colocarmo-nos num patamar de progresso social e económico ao nível das democracias sociais da Europa do Norte, modelo de desenvolvimento que o Tito ambicionava para o Portugal moderno, afastado da miséria e da desigualdade contra a qual lutou e que lhe custou a diáspora, o exílio, a prisão, a tortura e o afastamento dos seus.

Imaginar a civilização e a cidadania que Manuel Tito queria, quando se bateu no Governo pelos direitos dos trabalhadores e na Assembleia da República pela dignificação pela ética, pelo trabalho, pelo esforço e pela humildade dos representantes do povo, é entender a lógica e a determinação, que alguns apelidavam de teimosia, de um pensamento claro e dirigido ao serviço público, à abnegação, à valorização da coisa política e do bem comum.

Esta Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Tito de Morais teve por objectivo promover um conjunto de acções que convocassem a memória para os princípios de um dos homens que, no Século XX, foi dos maiores impulsionadores do regresso de Portugal à democracia europeia e um dos lutadores para que todos os cidadãos tivessem as mesmas oportunidades e se pudessem expressar e agir em liberdade.

Para desenvolver o meu trabalho na Comissão Executiva tive de manipular documentos que não via há anos, imagens que me recolocaram no século passado, informações que já são história e a partir daí projectar, como o Tito fazia, um futuro que sendo presente fica muito aquém do futuro que ele projectava numa visão correcta do conceito de liberdade.

Tito sabia que liberdade não era uma abstracção nem um valor teórico e de retórica. Tito defendia que a Liberdade tinha de ser “para fazer” e que só há liberdade para fazer quando o saber não é ignorância, quando a cultura não é desconhecimento e quando os movimentos, a imaginação e a criatividade não estão restringidos pela miséria, pelo desemprego e pela desigualdade de oportunidades.

Recordar Tito de Morais não é um retorno ao passado, mas uma projecção na sociedade que ele defendeu toda a vida com determinação frontal e é acompanhar a visão de progresso social e económico baseada nos seus conceitos de integridade intocável, por impoluta, e na honestidade do pensamento e da acção.

Foi uma honra ajudar a não deixar que o seu exemplo se perca na voraz superficialidade dos dias que correm. É um orgulho ter sido seu colaborador nos momentos de poder que a liberdade permitiu ao povo atribuir-lhe por voto secreto e universal. Poder que, sou testemunha, sempre usou em prol do bem comum e com a ambição de proporcionar a quem o investiu, retorno de justiça e de bem viver.

Esta viagem a Tito de Morais é uma passagem geracional de testemunho. É um apelo aos jovens para que compreendam que sem os valores universais dos direitos da humanidade que guiaram a sua vida, o futuro não tem sentido.

Como ele sempre fez e assinou, deixo-lhe este testemunho solidário e fraterno com um apertado e afectuoso abraço do camarada e amigo.

Luís Novaes Tito
Coordenador da Comissão Executiva das CCTM

© CCTM (151)

09
Jul10

Um socialista praticante

CCTM

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Foi em Angola que pela primeira vez ouvi falar de Tito Morais, da coragem com que se opôs à matança de africanos na sequência do 4 de Fevereiro, da sua posterior prisão e transferência para Lisboa. Mais tarde, estando eu no corredor do isolamento da prisão da PIDE, em Luanda, ouvi, uma noite, uma estranha emissão de rádio cujos ecos me chegavam dos gabinetes dos agentes da PIDE, perto da minha cela.

Uma voz feminina e uma voz masculina. Falavam da luta contra o fascismo e a guerra colonial, por um Portugal livre e democrático. Soube depois que era uma nova rádio da resistência, sediada em Argel, a Voz da Liberdade, emissora da Frente Patriótica de Libertação Nacional. A voz feminina era a de Stella Piteira Santos, a masculina de Tito Morais, que viria a encontrar em 1964, precisamente em Argel na Voz da Liberdade.

Impressionou-me a sua elegância, a sua serenidade, a sua firmeza de convicções. Estava acompanhado de grande parte da família de que era um patriarca. A sua casa estava sempre aberta para receber quem precisasse e à sua mesa havia sempre lugar para os exilados mais desamparados.

Era um cavalheiro e um resistente. Desde que nos conhecemos começou a falar-me da necessidade de se construir um Partido Socialista. Nessa altura, ele representava na FPLN, a Resistência Republicana e Socialista. Mas a sua convicção era que, sem um Partido Socialista, não seria possível derrubar a ditadura. Mais do que um objectivo, era quase uma obsessão. De certo modo, sozinho, ele era já o Partido Socialista, de que viria depois, com Mário Soares e Ramos da Costa, a ser um dos principais fundadores. Mas eu recordo-o assim: Temos de fazer um Partido Socialista. Ou então, na passagem do ano, em que invariavelmente ele brindava sempre da mesma maneira: Para o ano em Portugal.

Era um voluntarista. Para ele, nunca nenhum combate estava perdido. E nenhum objectivo era impossível. Era uma força que lhe vinha de dentro, da firmeza inquebrantável do seu ideal socialista e da sua irredutível oposição ao fascismo e a qualquer forma de opressão e exploração.

Partiu para Roma para abrir caminho à formação do seu Partido Socialista. Aí, com a solidariedade dos socialistas italianos e a colaboração dos seus camaradas, começou a publicar o Portugal Socialista, que de Roma vinha para o interior do país e começou a funcionar como um elo de ligação e um factor de organização.

Estivemos juntos em Roma, na Conferência Europeia dos resistentes antifascistas.

Mas foi depois do 25 de Abril que a nossa amizade se estreitou ainda mais e se tornou indestrutível. Foi em grande parte por ele, pelo António Arnaut e pelo meu cunhado António Portugal que acabei por ingressar no Partido Socialista, que ele, como eu, escrevia sempre por extenso.

Consideravam-no teimoso. E era. Mas por fidelidade ao seu entendimento do que devia ser o Partido Socialista. Se estivesse convencido da sua razão, ninguém o conseguia demover.

Recordo três episódios em que, como em muitos outros, estivemos lado a lado.

Suspendemos o mandato de deputado por 15 dias, para não votarmos a primeira revisão constitucional, como protesto pelo facto de não se respeitar uma negociação feita com o MFA no sentido de, antes da votação, ser prestada homenagem à coerência com que os militares de Abril cumpriram a promessa de devolver o poder aos representantes do povo democraticamente eleitos.

Num congresso do Partido Socialista, em que se apresentou uma proposta de revisão do Programa do partido, feita à pressa e sem consistência, nós apresentámos uma moção contra, assinada por nós os dois.

Defendi a moção na tribuna e o apoio manifestado pelos congressistas tornou claro que a nossa moção seria vencedora. Mário Soares considerou que tal seria desastroso para a preservação do governo do Bloco Central e disse-nos que se a nossa moção fosse aprovada, ele tinha de se demitir de Secretário-Geral. E então o Tito retirou a moção. Por muito grandes que pudessem ser as suas divergências pontuais com Mário Soares, ele considerava, como eu também, que, naquele tempo, a presença de Mário Soares à frente do Partido Socialista era indispensável, não só para o partido, como para a própria consolidação da democracia.

A certa altura houve uma aproximação com aquilo que considerávamos a “ala tecnocrática”. Com razão ou sem ela, fomos contra. Tito, Jaime Gama, José Luís Nunes, Carlos César, Jorge Campinos, alguns outros. Reunião terrível, na Cooperativa dos Pedreiros, no Porto. Saímos do Secretariado. Mais tarde o novo Secretariado entraria em conflito com Mário Soares quando este retirou o apoio a Eanes e se auto suspendeu de Secretário-Geral. Tito veio ter comigo e com Almeida Santos e foi peremptório: temos de apoiar o Mário. E apoiámos, nós três e poucos mais. Pelas mesmas razões de sempre: a autonomia política do Partido.

Podia contar muitos mais episódios de divergências e convergências. Mas o que fica de Tito é o retrato de um homem de um só rosto e um só parecer.

Um socialista praticante. Um resistente. Um homem que viveu sempre do lado esquerdo da vida. Nas ideias e na prática. E também na amizade. Sem nunca deixar de ser um gentleman.

Manuel Alegre

© CCTM (150)

08
Jul10

Um ídolo da minha juventude

CCTM

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O centenário do nascimento do nosso querido Tito, em Lisboa, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, a 28 de Junho de 1910, três meses antes da Revolução que implantou a República, identifica uma data que tem de ser comemorada, pela dimensão do Homem, cujo nome e obra, se pretende, possam continuar bem vivas em todos nós.

Para quem com ele conviveu, com maior ou menor proximidade, recordamos a homem que nunca recuou perante desafios, reflectindo uma solidariedade que sempre exerceu, a Liberdade pela qual combatia e a enorme coragem que o caracterizava.

A sua memória não pode perder-se. É nosso dever dá-lo a conhecer.

Fui solicitado a produzir para “O República” em Novembro de 2001, um testemunho que referisse o facto de ter tido lugar a atribuição, pela CML, do nome Tito de Morais a uma Rua na Cidade na Freguesia da Charneca. Referi a sua localização num Bairro Novo – “que fora construído sobre coisas doridas que se tinham passado na nossa Lisboa” e, dirigindo-me ao Tito, acrescentei que aquela homenagem toponímica, passados muitos anos, levaria os miúdos que por lá brincavam a interrogar-se sobre quem fora o Tito de Morais?

E assim seria sempre, e sempre alguém poderia responder que fora “um Homem grande” que deixara nesta cidade a “riqueza que construíra, a imagem de simplicidade com que vivera e a liberdade que conquistara”.

Acrescentei, que aqueles miúdos iriam esquecer, mas que outros iriam de novo perguntar quem fora o Tito de Morais e, sempre que tal acontecesse, ele iria viver de novo, e os homens no futuro só se iriam lembrar vagamente que estivera entre nós um Homem-bom, que nos deixara no fim do século XX, mas, naquela rua, ficaria um sentido e uma intenção.

A História, essa, conclui, iria fluir despreocupadamente, desligada de tantos que tornaram a vida mais fácil e que só aqui, e ali, a toponímia recordaria. E um dia, de novo, um miúdo se interrogaria sobre quem fora o Tito de Morais.

Esta comemoração do centenário do seu nascimento é por isso um acto necessário, um testemunho de reavivarmos um passado. É um acto de justiça e de reconhecimento.

Conheci o Tito, teria eu os meus treze anos, passava as férias em Almoçageme, tornara-me amigo dos seus, então, cinco filhos. Era um homem impressionantemente dotado da capacidade rara de nos avaliar, adivinhando as nossas intenções. Era o ídolo daquela juventude, e todos nós sentíamos o seu sentido de fraternidade e a imensa capacidade de conquistar a admiração e amizade, apesar de então só vagamente termos conhecimento do que representava, da sua estatura política, do sacrifício do seu passado recente. Mantive sempre uma admiração profunda pelo Homem e fui conhecendo o Político pouco a pouco.

Mais tarde, muito mais tarde, o Tito, depois de muitas vezes ter sido obrigado a abandonar as suas funções, acabou por se fixar em Angola onde exerceu, como profissional, a sua actividade. De Angola partiu para Portugal em 1961, com residência fixa em Lisboa. Partiu depois para França, autorizado pela PIDE. Mas, impossibilitado de conseguir emprego, acabou por ir para o Brasil e, em 1963, instalou-se em Argel onde participou na fundação da Rádio Voz da Liberdade. Em 1964 fundou em Genebra, na qualidade de dirigente da Junta de Salvação Nacional, (Órgão executivo da FPLN), a Acção Socialista Portuguesa com Mário Soares e Ramos Costa.

No dia 25 de Abril estava em Bona, tendo voltado a Portugal no comboio que partiu de Paris na companhia do Mário Soares e do Ramos Costa.

Os filhos, entretanto, foram pouco a pouco abandonando o País e, finalmente, voltaram no 25 de Abril. Retomamos os contactos e, tendo o Tito aceite exercer funções no 6ºGoverno Provisório, aceitei imediatamente ser o seu Chefe de Gabinete e dediquei-me, com enorme satisfação, a servir directamente um Homem que continuou a dedicar a Portugal a sua imensa capacidade, ajudando a ultrapassar um período difícil da sua governação e suscitando dos seus pares uma admiração que importa ser salientada.

Exerceu nessa qualidade com uma coragem, competência e enorme imaginação, num período da nossa História em que era necessário travar o desemprego, uma função, em que a mudança de procedimentos na política de emprego deixou uma marca assinalável. Foi por isso e também, como Governante, um Homem que se soube impor, e o resultado foi indiscutivelmente de uma qualidade que desejaria hoje ver exercitada, agora que, como então, há problemas que têm de ser ultrapassados.

Mas o desempenho dos cargos que o levaram o Tito de Morais até segunda figura da hierarquia dos Órgãos de Soberania em Portugal, não constituíram um percurso de reconhecimento da sua dedicação à coisa Pública, por todos reconhecida, foram antes o reconhecimento da qualidade do desempenho de um Homem que sabia compreender e gerir as situações, que intuía o que fazer e quando o fazer e, principalmente, que se dedicava e amava a sua Terra e queria responder aos problemas sem afastar as gentes.

Compreendi melhor quando, no Cemitério de Cascais lhe foi recentemente prestada uma homenagem e o Almeida Santos, num curto improviso concluiu, que não foram os políticos que não acarinharam o Tito quanto o merecia, o Tito, afirmou, seria aquilo que quisesse e fora sempre aquilo que escolheu ser. Era um Homem livre, que quis, durante toda a sua vida, ser livre e fraterno.

Obrigado, Tito. Talvez nos vejamos dentro de algum tempo.

Manuel van Hoof Ribeiro

© CCTM (149)

08
Jul10

A coragem de um combatente e a fraternidade de um homem

CCTM

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Relembrar o meu Pai é para mim simultaneamente relembrar a sua personalidade e o seu pensamento político.

Homem corajoso e determinado que se entregava, de alma e coração, às causas em que acreditava, homem que desde a sua juventude sentiu o peso da ditadura e das atrocidades cometidas por esta.

Desde sempre tivemos uma ligação de grande cumplicidade. Bastava um olhar. Tudo ficava iluminado. Emanava uma força inesgotável que abria caminhos e ao mesmo tempo nos confortava.

A instauração da democracia e do socialismo em Portugal, a construção de um país melhor, mais justo e fraterno foram as bandeiras por que sempre lutou.

Nunca vacilou, nunca perdeu a esperança, mesmo nas ocasiões mais difíceis que atravessaram a sua vida.

E muitas houve. Preso três vezes, obrigado a ir trabalhar para Angola em resultado das suas opções políticas, que o levaram igualmente mais tarde ao exílio, o meu Pai teve de deixar para trás os pais e os filhos.

Esta separação forçada da sua família e da sua terra nunca apagou nele o amor que lhes tinha, mais, deu-lhe força redobrada para lutar.

O 25 de Abril de 1974 foi o dia da glória. Os capitães de Abril concretizaram os anseios dos portugueses, deram forma ao combate que milhares de democratas, antifascistas e anticolonialistas travaram durante quase cinco décadas.

Para o meu Pai foi também o reagrupamento familiar. Juntou-se aos filhos, aos netos e depois aos bisnetos, alguns dos quais chegou ainda a conhecer.

Foi um “verdadeiro chefe de clã”, agregando todos à sua volta, com o seu humanismo, marca indelével da sua personalidade.

“ (...) eu sei que dei tudo o que me foi possível para se formar em Portugal um Partido Socialista e para se derrotar o fascismo. Coloquei como prioritário na minha luta política, este objectivo”, diria o meu Pai no discurso que proferiu na Homenagem Nacional que lhe prestaram em 30 de Novembro de 1996.

Na ocasião, recusou o carácter pessoal da homenagem e assumiu-a como tendo sido escolhido como símbolo da luta travada e a travar pela liberdade, pelos direitos humanos, pela construção de uma sociedade socialista.

Esta modéstia e desprendimento eram também uma característica sua, que muito orgulho nos dava. E é um grande orgulho para mim ser sua filha.

O meu Pai foi um homem fiel à República, à Democracia e ao Socialismo até ao fim da sua vida. Quando se avizinhavam coligações com a direita, a sua palavra fazia-se sempre ouvir.

No discurso já citado pode ler-se que “é necessário fortalecer o campo de acção que passa pelo fortalecimento do Partido e pela escolha dos aliados”. “Estes só os poderemos encontrar na esquerda, que embora tenha de ser renovada tem princípios intocáveis”, afirmou na ocasião.

Manuel Tito de Morais foi um altruísta. Manuel Tito de Morais foi um democrata.

Maria Carolina Tito de Morais
Presidente da Comissão Executiva das CCTM

© CCTM (148)

07
Jul10

Um ícone da democracia

CCTM

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Mantém-se na nossa memória, como carácter firme e um homem de princípios inabaláveis. Manuel Tito de Morais nunca vacilou perante os obstáculos que as escolhas da sua vida lhe colocaram pela frente. Nascido quando nasceu a República, juntou ao ideal republicano a vontade de liberdade, igualdade e solidariedade, ao lutar, onde estivesse, pelo socialismo democrático. Não se importou com os rendimentos ou com as comodidades do viver, com a segurança de um emprego ou com a doce convivência da família, quando era preciso partir.

Sempre admirei Tito de Morais, mesmo antes de ter tido a honra de com ele trabalhar na Assembleia da República. A sua dimensão política impressionante fez dele um ícone da democracia que ajudou a conquistar e a manter para os portugueses. Ele é, justamente, um vulto entre aqueles “que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando”, como disse o Poeta.

Tive, por isso, imensa sorte em ser por ele convidada para exercer as funções de secretária-geral do nosso Parlamento. Esse contacto mais estreito não só com o político, mas com a pessoa que Manuel Tito de Morais era, permite-me realçar, com amizade e admiração, uma faceta mais pessoal do grande homem. Quase contraditório com o que foi a saga da sua vida, as dificuldades que, a qualquer, um teriam abatido ou azedado o temperamento, em Tito de Morais, tal como o conheci, não apagaram a generosidade não diminuíram a complacência, nem obscureceram uma peculiar elegância de atitude que lhe veio, certamente do berço.

Já admirava Tito de Morais, antes de 1983, ano que foi eleito Presidente da Assembleia da República e me convidou para trabalhar neste órgão de soberania.

Num tempo em que as mulheres tinham ainda acesso restrito e grandes dificuldades em aceder a postos de direcção, marcadamente masculinos, segundo as mentalidades então vigentes, foi algo de muito inovador, direi mesmo, corajoso, nomear uma mulher para aquelas funções. Não admira que tal facto tivesse causado surpresa no nosso Parlamento e, igualmente, nos círculos parlamentares internacionais pois, até aquele ano, nunca nenhuma mulher fora nomeada como secretária-geral parlamentar.

Ao comemorarmos o centenário do nascimento de Tito de Morais não quis deixar de assinalar este pequeno, mas significativo episódio. É justo que a sua história pessoal registe em que variados pontos Tito de Morais marcou a diferença. Na questão da igualdade de género, ele foi, mais uma vez, coerente com os seus princípios, demonstrando em actos concretos o que valia, para ele, o conceito de democracia e de igualdade.

Como Presidente, desempenhou um papel de reformador da maior importância, nada escapando ao seu olhar, preocupado e ao seu desejo de dignificar a Assembleia. Vivia-se ainda um período um tanto conturbado. Pouca preocupação tinha existido, até então, com o aspecto interior e exterior da casa parlamentar. Por isso, no que à Administração dizia respeito, Tito de Morais, sem tempo a perder, tudo começou a restaurar e reformar. Nem os tectos e soalhos, nem os móveis e cortinados, nem os uniformes do pessoal, escaparam à sua preocupação. Foram também iniciados novos estudos para a reestruturação dos serviços e realizadas diligências para o alargamento dos espaços, visando criar mais comodidade ao trabalho dos Parlamentares.

No curto tempo que durou o seu mandato, Manuel Alfredo Tito de Morais prestou, sem dúvida um relevante serviço ao Parlamento e ao seu País.

Maria do Carmo Romão

© CCTM (147)

07
Jul10

RTPi (internacional), hoje, 07 de Julho, às 23 horas

Luis Novaes Tito

Documentário sobre a vida de Tito de Morais a passar na RTPi (internacional), hoje, dia 07 de Julho de 2010, às 23:00 horas.
Ver o vídeo oficial da promoção (diferente do publicado neste Blog) e o teaser banda sonora da Panavídeo.

Sinopse pode ser vista aqui, no Facebook das CCTM

© CCTM (146)

07
Jul10

Porque sem ideias não há convicções e sem ambas não teria havido revolução

CCTM

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A Biografia de Manuel Tito de Morais está fixada a partir da magnífica entrevista de Maria José Gama publicada na Acção Socialista em 6 de Maio de 1991. Terá sido, talvez, a última oportunidade de colher através dessa conversa factos e feitos da sua vida particular e política. Devia ter 81 anos e bem presentes os acontecimentos em que participara depois do 25 de Abril, quando já eram decorridos dezassete anos da Revolução. Ainda teria mais alguns para viver e para acompanhar a evolução da vida política portuguesa.

Nascido em 1910, estava na casa dos sessenta quando regressava a casa em Liberdade, depois de vários exílios e prisões. Foi comovente, para quem era um pouco mais novo, participar nesse seu primeiro encontro com a sua terra libertada e dar-lhe um primeiro abraço em nome da Revolução.

Era a madrugada de 28 de Abril de 1974. Fazia frio, uma neblina gelada, e os poucos soldados que patrulhavam a estação fronteiriça cobriam-se com cobertores – o que lhes dava um ar pouco militarizado, de quem estava ali provisoriamente, sem saber muito bem o que estava a fazer. Mais formal, o Chefe da Estação, que durante anos da sua vida recebera o SUD-Expresso de Paris, ao ver tanta gente importante àquelas horas, informava-se sobre quem seriam os viajantes desse comboio especial.

O aeroporto de Lisboa fora fechado e o grupo da Oposição da Guarda, de Viseu e de Castelo Branco ouvira as notícias via BBC e sabia que Mário Soares regressava de comboio. Eu própria falara com o João Soares que confirmara, mas não sabíamos quem mais vinha nesse comboio. Então, com meia dúzia de telefonemas, foi fácil juntar um grupo de amigos que ali estava a receber em festa os exilados. Para eles a surpresa foi total. Encerrados num comboio durante um dia e uma noite, mostravam uma enorme ansiedade por notícias. Perguntavam pelos jornais... E foram ao bar da estação tomar um café com leite. Foi ali que conheci o Tito. Depois o comboio partiu. Da chegada a Lisboa, a Santa Apolónia, todos os jornais deram testemunho. Era o primeiro banho de multidão.

Mas antes disso, os comboios cruzavam-se em Mangualde, onde seria fácil obter os jornais que vinham de Lisboa. Fizemos a viagem de carro à velocidade do comboio e a tempo de entregarmos aos nossos amigos os tais jornais que traziam as últimas notícias dos três primeiros dias da revolução. A onda alta de acontecimentos e entusiasmos manteve-se durante uma semana. A partir do 1 de Maio tudo começou a ser difícil, pesado, politizado, enviesado, duro, preocupante.

De todos era o Tito de Morais o que me parecia mais preocupado. Quem sabe o que lhe ia pela cabeça? Talvez a "organização" do Partido Socialista, pois logo no primeiro momento combináramos uma ida a Lisboa para "começar a trabalhar". Assim se fez, e foi com o Tito que sempre me encontrei para resolver questões de organização, das fichas de inscrição até ao primeiro convite para ir à Guarda inaugurar a sede de trabalho do Partido Socialista, onde os espanhóis vinham buscar papeis, eles, ainda clandestinos, a viverem a nossa alegria. E Tito ali esteve para o primeiro comício no Liceu Nacional da Guarda, onde se reuniram seis mil pessoas, num ambiente muito quente e desde logo contestatário, entre várias direitas e várias esquerdas, dando indicações de que os próximos votos, os primeiros em Liberdade, se iriam dividir igualmente pelo PS, PPD e CDS. Era a Beira interior e o velho medo dos comunistas a funcionar. Era a voz dos "retornados" que ainda diziam "Angola é nossa". Eram os "velhos" homens da oposição hesitantes entre Socialismo e Democracia... Era o Portugal do fim do Estado Novo, que nas Beiras foi mais resistente do que na grande cidade. Longas histórias que ainda não estão escritas. E o Manuel Tito de Morais teve uma intuição muito esclarecida perante estes problemas que o Partido Socialista enfrentou com enorme determinação.

Mais tarde, eu própria quis conhecer mais profundamente o pensamento político do Tito – e esse encontrei-o através da enorme maratona que foi manter a edição do Portugal Socialista, escrito em Itália, sobrevivendo sabe-se lá como. Não cabe neste texto mais do que esta referência, mas fica o convite para quem quiser fazer esse trabalho: a génese do Partido Socialista, as suas raízes ideológicas, a convicção do futuro, estão nesse jornal que o Manuel Tito de Morais orientava, coordenava e escrevia do exílio. A edição de uma colectânea dos seus textos políticos seria bem-vinda, neste centenário, para se entender a formação política e ideológica dos homens que sempre contestaram a ditadura e tiveram forças e inteligência e lutaram em todos os campos para realizarem a primeira obra da Liberdade, a Constituição de 1976, como foi o caso de Manuel Tito de Morais. Porque sem ideias não há convicções e sem ambas não haverá Revolução.

Maria Helena Carvalho dos Santos

© CCTM (145)

06
Jul10

Tem um lugar na história do país

CCTM

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Conheci o Engenheiro Tito de Morais há várias décadas, morava ele ainda no Campo Grande onde sua saudosa primeira mulher e eu nos encontrávamos passeando os nossos filhos. Foi, portanto, uma amizade que vem de longe e que se foi reforçando com os tempos e o convívio político.

Recordo-o em Roma, exilado, onde apaixonadamente cuidava do Portugal Socialista que ia dando aos portugueses, também exilados e a todos os outros que comungavam das mesmas convicções políticas, notícias do que se passava no país – então dominado pela ditadura – dos esforços e sonhos concebidos pelos que lutavam por um regime de liberdade onde quer que se encontrassem, dentro e fora dele.

Foi, portanto, um militante sempre activo no anseio e combate pelos direitos humanos e pela implantação da Democracia em Portugal. Esteve em Bad Münstereifel com um pequeno grupo de exilados e de portugueses que vieram disfarçadamente de Portugal fazendo, por isso, parte do núcleo histórico que fundou o Partido Socialista.

Com ele partilhamos o entusiasmo e a emoção da notícia da Revolução de Abril que trouxe ao nosso país a Democracia, o respeito pelos Direitos Humanos e a Liberdade.

Tito de Morais, pela sua coragem, pela constância e determinação da sua luta contra a ditadura conquistou um lugar na história do nosso país.

Maria de Jesus Barroso

© CCTM (144)

06
Jul10

Homenagear Tito de Morais é homenagear Abril e a Liberdade

CCTM

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Todo o programa das Comemorações do Centenário de Nascimento de Manuel Alfredo Tito de Morais envolve um relevante significado dada a justa Homenagem que se presta à sua luta constante, empenhada e determinada, que sem tréguas travou pela implantação da Liberdade em Portugal.

Contudo não posso, nem devo, deixar de salientar a importância que representa esta Edição Especial do Portugal Socialista. Considero-a um dos pontos altos, porque se traduz numa colectânea de textos escritos, por quem o conheceu efectivamente, dando-se assim testemunho da sua vida quer familiar quer política, pois ambas permaneceram indissociáveis.

Muitos dos testemunhos aqui publicados foram escritos por protagonistas da Revolução de Abril, mas todos eles, transmitirão às jovens gerações a memória da acção que foi necessária implementar para que a Revolução dos Capitães não tivesse sido em vão e se garantisse a necessária estabilidade democrática. Por outro lado, não menos importante, trata-se de editar o Órgão Central do Partido Socialista fundado e lançado exactamente por Tito de Morais na clandestinidade. Nessa ocasião editar e distribuí-lo em Portugal foi uma temeridade e foi um marco histórico.

Ao regressar, a calorosa recepção do País a Tito de Morais, Mário Soares e Ramos da Costa, bem presente na nossa memória, poder-se-á considerar como a 1ª Homenagem prestada por toda uma Nação agradecida e consciente.

Esta comunhão de sentimentos, profundamente contagiante, ficou espelhada na foto que lhe foi tirada à chegada e onde está bem patente a sua grande felicidade. Tito de Morais até parecia ter esquecido o seu passado difícil e conturbado. Como as perseguições, as prisões e o exílio que o obrigaram a sacrificar uma promissora carreira profissional, na sua qualidade de engenheiro, bem como a tranquilidade do lar.

A par da política dirigia o seu carinho e encantava-o a família que gostava de ter junto de si, certamente para compensar os anos em que isso bastas vezes lhe foi negado pela força das circunstâncias de resistente antifascista. Felizmente este seu legítimo sonho encontrou eco nos familiares e foi de tal forma conseguido e evidente que, curiosamente, sempre se considerou a Família Tito de Morais como um verdadeiro “clã”, no sentido mais nobre da expressão.

Por vezes no nosso imaginário criam-se mitos que se desvanecem ao privar-se de perto com os visados. No entanto, com Tito acontecia precisamente o contrário. Todos, que de qualquer modo tivemos o privilégio de consigo colaborar, considerávamos que à medida que mais privávamos e melhor o conhecíamos mais aumentava o nosso respeito e admiração. Recordamo-lo, segundo as diversas áreas de intervenção, como uma personalidade humanista de grande carácter e integridade que pôs a sua inteligência, cultura, saber e enorme capacidade de trabalho ao serviço do seu país, o qual amou intensamente. A sua preocupação e principal objectivo, antes e após o 25 de Abril, visava designadamente o desenvolvimento social e económico.

Jamais se coibiu de alertar com frontalidade e de manifestar a sua discordância, quando era caso disso. Expressava as suas críticas e apresentava sugestões alternativas. Procurava o diálogo. Argumentava dando a conhecer o seu pensamento analítico. Guiava-o a firme ambição de que efectivamente se concretizasse a prática dos valores republicanos de Justiça, Igualdade e Fraternidade.

Tito de Morais, que foi, é e será sempre uma grande referência, permanecerá na memória colectiva e nos nossos corações.

Maria José Gama

© CCTM (143)

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Nota do Webmaster (2022)

Este Blog está, como se pode ler no "feed", selado para memória desde o dia 2010.07.29, data em que a Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do nascimento de Tito de Morais se extinguiu.
O tempo (12 anos), em termos de evolução tecnológica, é inimigo das selagens e o Blog, para que continue a reflectir a memória, teve de ser tecnicamente “desselado” para manutenção.
Na minha qualidade de webmaster reactivei as imagens, uma vez que a base de dados onde estavam alojadas foi descontinuada, e procedi a alguns ajustes para permitir que este acervo se mantenha funcional. Estes trabalhos decorreram entre 14 e 25 de Setembro de 2022
Se em relação ao texto fica a garantia de praticamente nada ter sido alterado, com excepção de alguns links externos entretanto quebrados ou já inexistentes, já no grafismo original houve que fazer pequenos acertos.
A nota justificativa está registada na última (primeira) página do Blog.
Luís Novaes Tito
luismariatito@gmail.com
2022.09.25

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