Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CCTM

Comemorações do Centenário do nascimento de Manuel Tito de Morais

10
Jun10

Numa estafeta de transmissores

CCTM

20100629AR03.jpg

Nos alvores do Dia em que Portugal gosta de se relembrar, é Manuel Alfredo Tito de Morais que lembro.

Bom ouvidor, perspicaz e modesto, o considero exemplo vivo da Igualdade, da Fraternidade e da Liberdade, qualidades que fertilizam a Justiça e enobrecem da única forma aceitável de Nobreza que é conferir Dignidade a todo o Ser Humano.

Tive a honra de com ele trabalhar e merecer a sua Amizade.

Poderia, mas não devo ainda, falar de substâncias e circunstâncias e de, através disso, distingui-lo por tão diferente ser num meio em que a pureza do ideário cedia (cede) ao primeiro acenar dos interesses mais espúrios.

Às portas do centenário do seu nascimento vejo-o firme nas suas convicções e respeitador das diferenças, seguro de que un bel di vedremo...sull'estremo confin del mare nascer um mundo em que valeu a pena ter combatido pelo bem até de quem nos combateu.

Reconvocar a sua Memória, perpetuando o seu exemplo de vida, é continuar a sua luta numa estafeta de transmissores do seu legado.

Presente!

Augusto Pinto Baptista
Membro da Comissão de Honra
ex-chefe do gabinete da AR

© CCTM (97)

08
Jun10

Postal inteiro

CCTM

PostalInteiro01.jpg

Portaria n.º 307/2010
de 8 de Junho

Manda o Governo, pelo Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, ao abrigo das disposições do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 360/85, de 3 de Setembro, que seja lançado em circulação um postal inteiro comemorativo do centenário do nascimento de Manuel Alfredo Tito de Morais

Design: Atelier Acácio Santos/Elisabete Fonseca
Dimensão: 150 mm × 105 mm
Taxas: taxa paga (válido para o 1.º escalão do serviço normal nacional)
1.º dia de circulação: 29 de Junho de 2010
Tiragem: 20 000 exemplares.

O Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Jorge Oliveira Ribeiro de Campos, em 2 de Junho de 2010.

© CCTM (96)

04
Jun10

Comissão de Honra

Luis Novaes Tito

BandeiraNacional01.jpg

A Comissão Executiva das CCTM foi constituída a partir de um grupo de familiares e de outros cidadãos amigos de Tito de Morais. Deriva da cidadania, da vontade, da boa-vontade e do voluntariado de uma equipa que, independentemente das suas opções políticas, entendeu apelar ao exemplo ético e cívico de Tito de Morais. O patrocínio e total apoio do Partido Socialista permitiram ganhar fôlego para esta aventura que está a poucos dias de se concretizar. A realização das iniciativas sugeridas e coordenadas pela Comissão Executiva e promovidas pela Assembleia da República, pela Câmara Municipal de Lisboa, pela RTP, pelos CTT, pela Fundação Mário Soares, pelo Grande Oriente Lusitano e pelo Partido Socialista, para além das realizadas pela própria Comissão Executiva, são a comprovação de que Portugal adquiriu já o estatuto de sociedade plural e tolerante, livre e democrática pela qual Manuel Tito de Morais sempre se bateu com sacrifício e abnegação.

Também prova disso é a Comissão de Honra presidida por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, logo secundado por Suas Excelências o Senhor Presidente da Assembleia da República, o Senhor Primeiro-Ministro, os mais altos dignitários do Poder Judicial, os ex-Presidentes da República, muitos ex-Primeiro-Ministro, alguns membros do Governo e Deputados, os ex-Presidentes da Assembleia da República, alguns Conselheiros de Estado, o Presidente do Governo Regional dos Açores e pelos Presidentes da Câmara Municipal de Lisboa, de Cascais e de Sintra.

Para além das individualidades a que, apesar do cariz de cidadania destas comemorações, se deu tratamento de precedência protocolar sem qualquer desprimor para todos os outros membros da CH, integram ainda a Comissão de Honra o Presidente, o Secretário-geral e o presidente do Grupo Parlamentar do PS, o Secretário-geral da JS, a presidente do DNMS, os presidentes do PS Açores e da Madeira, o presidente da Associação Nacional dos Autarcas Socialistas, os directores do Portugal Socialista e do Acção Socialista, todos os Fundadores sobrevivos e ex-Presidentes e ex-Secretários-gerais do Partido Socialista e inúmeras personalidades e amigos de todos os quadrantes políticos que de alguma forma foram próximos de Manuel Alfredo Tito de Morais ou que com ele participaram na resistência e/ou na liberdade.

O reconhecimento do carácter ímpar de lutador pela democracia e liberdade do homenageado congregou o apoio da República Portuguesa.

Embora conste na seguinte relação o nome de Abdelaziz Bouteflika, Presidente da República da Argélia, a sua anuência à Comissão de Honra está ainda pendente de confirmação oficial e protocolar.

Muitos terão ficado não registados na Comissão de Honra, mas todos esses e também nós, sabemos que o não-registo não tem significado de exclusão da honra que é homenagear homens e mulheres com a fibra de Tito de Morais.

Para todos os que se associaram, colaboraram e permitiram a realização destas comemorações ficam os agradecimentos da Comissão Executiva das CCTM.

Luís Novaes Tito
Coordenador da Comissão Executiva das CCTM

 

Comissão de Honra das Comemorações do Centenário de Tito de Morais

Presidente
Aníbal Cavaco Silva

(precedência protocolar)
Jaime Gama
José Sócrates
Luís Noronha do Nascimento
Rui Moura Ramos
Guilherme d'Oliveira Martins
Lúcio Assunção Barbosa
António Ramalho Eanes
Mário Soares
Jorge Sampaio
Alberto Martins
Francisco Assis
Fernando Pinto Monteiro
Alfredo José de Sousa
Carlos Manuel Martins do Vale César
António Almeida Santos
Francisco Oliveira Dias
Barbosa de Melo
João Bosco Mota Amaral
Francisco Pinto Balsemão
António Guterres
Manuel Alegre
António José Seguro
Duarte Cordeiro
Fernando Rosas
Jorge Seguro Sanches
Maria de Belém Roseira
Maria Manuela Augusto
Marques Júnior
Ana Gomes
Edite Estrela
António Costa
António d’Orey Capucho
Fernando Seara

Internacional
Abdelaziz Bouteflika

Felipe Gonzalez
Pierre Schori

(ordem alfabética)
Acácio Ferreira Catarino

Alberto Arons de Carvalho
Alberto Marques Oliveira e Silva
Alfredo Barroso
Alfredo Carvalho
Almerindo Marques
Amândio Conceição Silva
Ângelo Grimaldi
António Arnaut
António Coimbra Martins
António Neves Gonçalves
António Pedro Campos
António Reis
António Vitorino
António Vitorino de Almeida
Aquilino Ribeiro Machado
Artur Cunha Coelho
Artur Santos Silva
Augusto Duarte Roseira de Mariz
Augusto Pinto Baptista
Basílio Adolfo de Mendonça Horta da França
Beatriz Cal Brandão
Bernardino do Carmo Gomes
Carlos Brito
Carlos Carvalhas
Carlos Lage
Carlos Luís
Catarina Vaz Pinto
Dido Sacchettoni
Dietter Dellinger
Dino Monteiro
Domingos Abrantes Ferreira
Edmundo Pedro
Eduardo Ferro Rodrigues
Elisa Damião
Emílio Rui Vilar
Eugénio Óscar Oliveira
Fernando Antunes Costa
Fernando Loureiro
Francisco Igrejas Caeiro
Francisco Simões
Francisco Tinoco de Faria
Germano de Almeida Lima
Helena Roseta
Ivone Carmona
J. Ferraz de Abreu
Jacinto Serrão
Jean Ziegler
João Corregedor da Fonseca
João Cravinho
João Gomes
João Lima
João Mário Mascarenhas
João Proença
Joaquim da Silveira
Jorge Wemans
José Augusto Carvalho
José Carlos Tavares
José Jorge Letria
José Leitão
José Luís Nogueira de Brito
José Manuel Maia Nunes de Almeida
José Manuel Tengarrinha
José Manuel Torres Couto
José Neves
Júlio Montalvão Machado
Leonel de Sousa Fadigas
Liberto Cruz
Luís Gaspar da Silva
Luís Nunes da Ponte
Luís Silva Lopes Roseira
Manuel António de Almeida A. Vasconcelos
Manuel Carvalho da Silva
Manuel Pedroso Marques
Manuel Rui Nabeiro
Manuel Tito de Morais
Manuel Van Hoof Ribeiro
Maria Antónia Catanho de Menezes
Maria Carolina Tito de Morais
Maria de Jesus Barroso
Maria do Carmo Maia Cadete
Maria do Carmo Ramos da Costa
Maria do Carmo Romão Sacadura dos Santos
Maria Emília Tito de Morais
Maria Fernanda Troni Carvalho dos Santos
Maria Helena Costa e Melo
Maria Natércia da Silva Santos Salgueiro Maia
Mário Mesquita
Mário Ruivo
Maryvonne Campinos
Narana Coissoró
Nuno Godinho de Matos
Pedro Coelho
Pedro Pezarat Correia
Pedro Ramos de Almeida
Reinaldo Alberto Ramos Gomes
Rodolfo Crespo
Roque Lino
Rui Amaral
Rui Pena
Rui Solheiro
Teresa Gião
Valério Ochetto
Vasco Lourenço
Victor de Jesus
Victor Manuel Trigueiros Crespo
Vítor Alves
Vítor Constâncio
Vítor Ramalho
Vítor Vasques

© CCTM (95)

03
Jun10

Exposição na Assembleia da República

CCTM

20100629ARExposicao01.jpg

A Assembleia da República vai organizar no dia 29 de Junho uma sessão especial de homenagem ao camarada Manuel Alfredo Tito de Morais, que foi presidente deste órgão de soberania, no centésimo aniversário do seu nascimento.

Com início às 18 horas, a sessão, presidida por Jaime Gama, presidente da Assembleia da República, vai decorrer na Biblioteca e contará com a presença de muitos deputados e convidados. Estará patente também uma exposição sobre a obra de Tito de Morais na qualidade de presidente do Parlamento.

Jaime Gama será um dos oradores e falará sobre o homenageado como político e como homem. Um membro da família usará também da palavra.

Na mesma ocasião, os CTT lançarão um inteiro-postal com a foto do fundador do Partido Socialista

Pelas 12 horas do mesmo dia, o presidente da Assembleia da República vai descerrar uma lápide na casa onde viveu Manuel Tito de Morais (na Av. Magalhães Lima, em Lisboa) desde Abril de 1974, quando regressou do exílio, até à sua morte em Dezembro de 1999. Cerimónia para a qual todos estão convidados.

 Estas actividades, que decorrerão no dia 29 de Junho, estão inseridas na semana de homenagem ao camarada Manuel Alfredo Tito de Morais, uma iniciativa da família e de um grupo de amigos, a que se juntou o Partido Socialista.

(Ler mais no Acção Socialista) (link não disponível)

© CCTM (94)

02
Jun10

Intervenção na Comissão Nacional

CCTM

MarcoRaquel01.jpg

As comemorações do Centenário do nascimento de Manuel Tito de Morais.

Quero propor aqui um voto de homenagem… A um homem desta qualidade e capacidade que não merece ser esquecido, homem raro, que foi um exemplo, que é um exemplo da perseverança e coerência.

Tito de Morais é uma pedra fundamental da democracia portuguesa. O PS e Tito de Morais são indissociáveis.

A generosidade, o respeito pela convivência democrática, um gosto de “liberdade, de igualdade e fraternidade”, o respeito por valores maiores.

Muitos claudicaram, à deriva, sem valores, oportunistas, mas não o Tito de Morais que soube sempre permanecer fiel a si próprio.

Marco da Raquel

(continue a ler no Blog Esquerda Socialista) (link indisponível)

© CCTM (93)

01
Jun10

Recordando Tito de Morais - um antifascista consequente

CCTM

DomingosAbrantes01.jpg

É com agrado e de certo modo como um dever que me associo à homenagem a Tito de Morais por ocasião do centenário do seu nascimento, tanto mais que a evocação da sua figura ocorre num momento da vida nacional que não pode deixar de inquietar todos aqueles que deram parte significativa da sua vida para que os portugueses pudessem não só viver em liberdade, mas igualmente num país soberano e desenvolvido.

Sendo embora de gerações diferentes e de termos percorrido caminhos políticos diferentes, não esqueço o facto de Tito de Morais ter sido um lutador empenhado e convicto contra a ditadura fascista e que, desse modo, tenha inscrito o seu nome na longa lista dos democratas portugueses que, com a sua acção persistente e confiante, criaram as condições para o derrube da ditadura fascista e a conquista da liberdade.

O que conheço de Tito de Morais resulta do relacionamento político que com ele mantive no âmbito da Assembleia da República e das relações inter-partidárias. Ambos integrámos delegações dos nossos partidos em variados encontros bilaterais.

Tito de Morais fez parte daqueles democratas que compreendiam quanto era importante a unidade dos antifascistas, e em particular a unidade com os comunistas, para o desenvolvimento da resistência ao fascismo, compreensão que o levou por vezes a intervir pessoalmente para que fossem ultrapassadas dificuldades que aqui e ali surgiam no campo das forças antifascistas. Lembrarei, a título de exemplo, as suas diligências junto de Álvaro Cunhal, em Junho de 1963, aquando de dificuldades surgidas no seio da Frente Patriótica de Libertação Nacional.

A contribuição de Tito de Morais em diferentes momentos, já como membro do PS, para se alcançarem entendimentos com o PCP deve igualmente ser realçada. Tito de Morais não ignorava que a unidade pressupunha a fixação de objectivos comuns.

Nesta altura julgo ser oportuno recordar dois momentos de grande importância no relacionamento PCP/PS, nos quais Tito de Morais se empenhou de forma particular para que se desenvolvessem as relações interpartidárias.

Em Abril de 1974, poucos dias antes da Revolução de Abril, teve lugar um encontro entre a direcção do PCP e a Comissão directiva do PS, no qual ambas as delegações partilhavam um enorme optimismo e confiança quanto à evolução da situação política nacional. Ambas as delegações não só coincidiam quanto ao evoluir da situação política, mas também quanto ao rumo que o país deveria seguir uma vez derrubado o fascismo.

A este respeito, é altura de lembrar e não deixar esquecer uma passagem do comunicado conjunto saído desse encontro:

«As duas delegações concordaram na necessidade de intensificar a luta por melhores salários e contra a carestia da vida, de fazer frente ao domínio dos monopólios com vista à sua liquidação, de lutar por uma solução nacional que encaminhe o país para o desenvolvimento económico independente em benefício do povo português».

Refira-se, ainda, que esta «plataforma» comum foi subscrita ao mais alto nível por ambos os partidos.

É pois com alguma perplexidade que hoje se toma conhecimento de que Tito de Morais, na opinião de companheiros do seu Partido, era um radical, caracterização que pode explicar que quando da crise política de 1978, ano em que tiveram lugar variados encontros entre delegações do PCP e do PS e nas quais se discutiram eventuais saídas para a crise na base do entendimento entre os dois partidos, Tito de Morais – talvez o único dirigente do PS que sinceramente esteve empenhado na possibilidade desse entendimento – tenha deixado de integrar as delegações do PS a partir do terceiro encontro.

Tendo os encontros começado com a afirmação de Tito de Morais de que finalmente «os pontos convergentes (entre os dois partidos) permitiam ver o futuro» e de que, segundo Jorge Campinos, havia «condições políticas, militares, nacionais e internacionais para a saída da crise dar uma viragem à esquerda», o PS evoluiu para a impossibilidade de um acordo na base de que «o entendimento dos dois partidos levaria fatalmente ao agrupamento da direita». Sabemos a que conduziu a evolução política do país este «encostar» do PS à direita.

E foi precisamente pelo empenho de Tito de Morais para que se encontrasse uma solução para a crise política de então, na base do entendimento dos dois partidos, que a delegação do PCP, da qual fiz parte, tivesse informado previamente Tito de Morais de que as negociações tinham falhado.

Há quem diga que Tito de Morais defendia convictamente «o socialismo em liberdade» ou, no dizer de outros, «o socialismo democrático». De um modo geral a adjectivação só tem servido para renunciar ao socialismo, para a aceitação do capitalismo como o melhor dos mundos possíveis.

Mas uma coisa eu tenho como certa: Tito de Morais, ainda que imbuído da crença de um certo espontaneismo social, considerava inequivocamente o capitalismo um sistema injusto e desumano e que era necessário um sistema sócio-económico compatível com a justiça social e a moral, o que não era obviamente o capitalismo.

Maio de 2010
Domingos Abrantes
Membro do Comité Central do PCP

© CCTM (92)

30
Mai10

Voto de Homenagem

Luis Novaes Tito

CartaVotoHomenagem01.jpg

Voto de Homenagem

No mês em que o fundador do Partido Socialista, Manuel Tito de Morais, faria cem anos, esta estrutura do PS presta-lhe a devida homenagem evocando a memória de um dos ilustres homens que se bateu contra a ditadura do Estado Novo e que com determinação, antes e depois da liberdade, foi um dos maiores impulsionadores do socialismo democrático em Portugal através da criação, organização e estruturação do Partido Socialista.

A sua postura ética e política consubstanciada na resistência contra o totalitarismo e a intolerância e baseada nos princípios da liberdade, da fraternidade e da solidariedade continua a ser um exemplo que importa recordar e seguir por todos os socialistas portugueses.

 

Meus caros Camaradas,

Manuel Alfredo Tito de Morais faria cem anos no próximo dia 28 de Junho.

A família e um grupo de amigos que com ele colaboraram entenderam constituir uma Comissão Executiva com o intuito de promover a comemoração do seu centenário. Esta comissão planeou, com o patrocínio do Partido Socialista do qual Tito de Morais foi fundador e um dos principais impulsionadores, um programa de acções nacionais, cívicas e político-partidárias para a semana que decorre entre os dias 28 de Junho e 2 de Julho.

Dadas as características éticas e políticas com que desempenhou os mandatos de constituinte, deputado, Vice-presidente e Presidente da Assembleia da República que lhe granjearam o reconhecimento geral de todo o espectro político nacional, confirmado com as elevadas condecorações que a República lhe concedeu, a Assembleia da República entendeu promover-lhe uma homenagem solene que constituirá o ponto mais alto das comemorações.

Os outros eventos que assinalarão a semana constam do desdobrável que se junta e para o qual se apela à divulgação junto dos Camaradas que integram a vossa estrutura. Um dos actos considerados é a aprovação durante o mês de Junho, nas diversas estruturas do Partido Socialista, do Voto de Homenagem que propomos, (link indisponível) forma simples, mas justa de evocar o fundador que organizou e estruturou o Partido Socialista, e que com a sua acção foi decisivo na implementação da maior força política ainda hoje existente em Portugal.

Gostaríamos de ter o retorno, em cctm@sapo.pt (link indisponível), da anuência a este acto e, nesse caso, do órgão da vossa estrutura que fez aprovar o voto proposto.

Deixo-vos um fraterno abraço com as melhores saudações socialistas,

AssinaturaCarolinaTitoMorais01.jpg

 

Maria Carolina Tito de Morais

(Presidente da Comissão Executiva)

© CCTM (91)

29
Mai10

Amizade

CCTM

RuthGelehrterCostaLopes01.jpg

São Paulo, 26 de Maio de 2010.

Os Tito de Morais tiveram uma influência decisiva no percurso que marcou a nossa família. Mais de 50 anos de uma amizade que começou em Luanda, passou pelo Brasil, e nunca se perdeu no regresso a Lisboa.

Por FannyRuth e Rui Gelehrter da Costa Lopes

Luanda

Chegamos a Luanda, mais ou menos em 1950: meu marido, Acílio, foi trabalhar na CAOP, assumindo um emprego de topógrafo. Hospedados na pensão, conhecemos o Chico Louro, na ocasião do PC, que nos apresentou o amigo Tito de Morais. Mais tarde, os dois, agora nossos vizinhos, visitavam-nos em casa e eram noites onde ficámos horas conversando sobre o momento político de Portugal. A amizade de vizinhos evoluiu com a chegada da Maria Emília. Compartilhamos, alegrias e dificuldades, por seis anos. A cesárea para o nascimento do Manuel, as ameaças após a prisão de vários amigos nossos: o engenheiro Calazans, a médica Julieta Gandra, Meireles e mais tarde o Tito. Nessa ocasião, sob ameaças veladas – por ser simpatizante do movimento de independência – a Maria Emília retorna a Portugal, agora também com o filho Luís.

Os muitos momentos gratificantes da nossa convivência estão constantemente na memória da nossa família. Fomos testemunhas no registo de casamento dos Titos e eles, padrinhos da minha filha Ruth. Apesar dos muitos percalços que tiveram pela vida afora, sempre levaram a sério este papel. Em TODOS os aniversários da Ruth, sempre apareciam mensagens e fotografias de locais onde se encontravam.

A residência deles era um ponto de encontro de fértil convívio. Os filhos do Tito – Maria Carolina, João, Maria da Conceição, Luísa e Teresa – vinham passar as férias, completando o ambiente. Eram organizadas festas dançantes; numa destas confraternizações a M. Emília teve início às dores do parto do Luís … e a festa continuou.

O Acílio e o Tito tinham grande camaradagem. Numa ocasião, João precisou de um fato de treino e os dois desenharam o molde para posterior execução, regado a grandes gargalhadas. É por essas e outras que um empregado perguntou: “Senhora, afinal, o patrão é engenheiro ou alfaiate?”

Era comum saírem do mercado e passarem por nossa casa, com grande quantidade de peixes frescos. Uma maneira simpática de colaborar connosco, um jovem casal com filhos pequenos.

São Paulo

DepoimentoRuiCostaLopes01.jpg

O desprendimento e a generosidade dos Titos, marcou positivamente a nossa vida. Tito saiu da prisão e veio com a família para o Brasil. Foram eles que incentivaram nossa vinda a São Paulo para que meus três filhos não participassem da guerra colonial. Na ocasião, Igor, meu filho mais velho, escreveu-lhes perguntando se poderia vir para S. Paulo. Responderam que só se trouxesse todos. Tivemos o privilégio de conviver mais alguns meses, antes de irem para Argélia. Compartilhamos a construção dos alicerces da história da nossa família: o emprego do Acílio e a continuidade dos estudos dos filhos.

Lisboa

Após o 25 de Abril, retornei algumas vezes a Portugal, sempre hospedada na casa dos velhos amigos Titos, sentindo o estilo acolhedor com que o anfitrião se dirigia a qualquer pessoa, agora com uma função oficial na política portuguesa. Um episódio ilustrativo: no fim da vida, já muito debilitado – pouco falava e andava – se nega a tomar uma medicação. Me aproximei dele com o remédio e perguntei-lhe: “Tito, aceita o remédio?” Ele, sempre galante, responde: “Da Fanny aceito tudo.”

Terrugem

Lembranças do meu padrinho.

Duas vezes estive com os Titos em Terrugem. O acolhedor espaço tinha as marcas deste político-artesão. Em todos os cantos: piso, móveis, parte elétrica, …

Lembranças dos meus amigos.

DepoimentoRuiCostaLopes02.jpg

Não só a minha mãe era bem recebida na casa dos Titos. Nós, os filhos, com as nossas mulheres, também tivemos ótima acolhida nas viagens a Lisboa.

Não esqueço de dois acontecimentos marcantes. Uma noite conversávamos todos na sala de estar: o Tito estava um pouco triste com seus problemas de trabalho – política. Tito circunspecto e Maria Emília fazendo sala. Resolvi perguntar de onde vinham as muitas medalhas que estavam num móvel. Eram medalhas de todo o mundo homenageando o Tito. Muitas. Sem cerimônia resolvi colocá-las em mim. Ao invés de ficar contrariado, Tito mudou de humor e participou também da animação que tomou conta daquele nosso encontro.

Assembleia da República

Na outra ocasião Maria Emília nos levou ao Palácio do Governo. Tinham orgulho da cidade de Lisboa. Bons anfitriões. Num momento de distração do mestre-de-cerimónias que nos acompanhava pude ter o gostinho “histórico” de sentar na cadeira destinada ao presidente. Este ato não teve a aprovação dos nossos cicerones. Saudades.

Por Rui Gelehrter da Costa Lopes

Escrito ao abrigo do acordo ortográfico

© CCTM (90)

24
Mai10

Homens desta craveira merecem não ser esquecidos

CCTM

DepoimentoGermano01.jpg

Tendo por mim a desculpa da idade, não posso orgulhar-me de ter conhecido o Tito antes do 25 de Abril pois só o encontrei pela primeira vez, em Paris, em 1975.

Tive, porém, ao longo dos anos em que viveu desde então, a ocasião, ou melhor, várias ocasiões de apreender e de aprender qual a densidade da generosidade e da disponibilidade que este Homem dedicou à luta pela Liberdade e Democracia antes do 25 de Abril, e depois, pela sua consolidação.

O Manuel Tito de Morais, pela firmeza das suas convicções, foi para mim, jovem "débutant" na militância política, um exemplo.

Fosse em reuniões de carácter político ou em família e com os amigos, sempre encontrei um Tito afável e disposto a dar a sua contribuição ao debate e às discussões, que por vezes eram animadas.

Vi no Tito, um Homem que tinha o máximo respeito e sem qualquer género de complexos, pelas pessoas com quem lidava e em quaisquer circunstâncias.

A este propósito, quero apenas recordar um facto, ocorrido durante a sua Presidência da Assembleia da República:

Encontrando-me de férias em família, em Portugal, num belo dia de verão, vejo chegar dois automóveis particulares que pararam frente à minha casa. De um deles saiu o Tito, a sua esposa Maria Emília e dois dos seus filhos. Ao recebê-los, manifestei o meu orgulho por estar a receber em minha casa o Presidente da Assembleia da República. O seu comentário foi pronto e instantâneo: "Ora essa, então lá por ser Presidente da Assembleia da República já não teria o direito de visitar os amigos que visitava antes e visitarei depois de o ser?" Não deixou ainda de acrescentar, que tendo vindo ao Norte passar uns dias e passando perto de um amigo, nunca o faria sem o visitar.

Um pouco mais tarde, tendo sugerido que os guardas da AR que o acompanhavam se juntassem a nós, disse-me que evidentemente não via inconveniente.

Acho que comemorar o aniversário do nascimento do Tito é indispensável. Não só pela oportunidade de mais uma vez lhe render homenagem, mas também para recordar que Homens desta craveira – que infelizmente se tornam raros – merecem não ser esquecidos.

Germano Lima

© CCTM (89)

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Contactos

Largo do Rato nº 2
1269-143 Lisboa
(inactivo)
cctm@sapo.pt (inactivo)
ATM - Associação Tito de Morais
Rua Abel Salazar, 37B
Alto da Faia
1600-817 Lisboa
titomorais@titomorais.pt (ATM)
luismariatito@gmail.com (webmaster)

ATM

Nota do Webmaster (2022)

Este Blog está, como se pode ler no "feed", selado para memória desde o dia 2010.07.29, data em que a Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do nascimento de Tito de Morais se extinguiu.
O tempo (12 anos), em termos de evolução tecnológica, é inimigo das selagens e o Blog, para que continue a reflectir a memória, teve de ser tecnicamente “desselado” para manutenção.
Na minha qualidade de webmaster reactivei as imagens, uma vez que a base de dados onde estavam alojadas foi descontinuada, e procedi a alguns ajustes para permitir que este acervo se mantenha funcional. Estes trabalhos decorreram entre 14 e 25 de Setembro de 2022
Se em relação ao texto fica a garantia de praticamente nada ter sido alterado, com excepção de alguns links externos entretanto quebrados ou já inexistentes, já no grafismo original houve que fazer pequenos acertos.
A nota justificativa está registada na última (primeira) página do Blog.
Luís Novaes Tito
luismariatito@gmail.com
2022.09.25

Links

redes sociais

blogs da casa

outros blogs

outros sítios

institucionais

comunicação social

.

Arquivo