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CCTM

Comemorações do Centenário do nascimento de Manuel Tito de Morais

24
Jun10

Lançamento da Fotobiografia

CCTM

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Com apresentação de Guilherme d'Oliveira Martins e de Nuno Tito de Morais Ramos de Almeida, vai ser lançada na Livraria Bertrand do Chiado, hoje, dia 24 de Junho de 2010, pelas 18:30 horas, a fotobiografia de Manuel Tito de Morais, um trabalho da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Tito de Morais.

Editada pela Guerra e Paz, a fotobiografia com prefácio da autoria de Mário Soares, resultou da pesquisa e texto de Luísa Tito de Morais, Maria José Gama, Álvaro Sales Lopes, Jaime Mendes e Luís Novaes Tito.

Fontes:
Espólio de Manuel Alfredo Tito de Morais; Entrevista a Manuel Tito de Morais, por Maria José Gama, Acção Socialista, 1991; A Vontade Política Inquebrantável de Tito de Morais, artigo de José Neves, 2010; SALAZAR, Biografia da Ditadura, por Pedro Ramos de Almeida, editorial Avante, 1999; Cem Anos de Esperança, por Isabel Soares, Edições Portugal Socialista, Setembro de 1979; Comissão Nacional das Eleições (CNE); Diário da Assembleia da República; Vencer a Crise Preparar o Futuro – Um ano de Governo Constitucional, Secretaria de Estado da Comunicação Social; Publicação “Algumas Reflexões sobre os Problemas da Assembleia da República”, Manuel Tito de Morais, Gabinete PAR, 28 de Setembro de 1984.

Manuel Tito de Morais
FOTOBIOGRAFIA
Livro cartonado no formato 20x26 cm, com capa directa a 4/0 cores plastificada a mate. Miolo em Papel Couchê Volume 150gr a 4/4 cores. Guerra e Paz Editores.
Capa: Ilídio Vasco.
Paginação: Gráfica 99

© CCTM (105)

14
Fev10

Refugiado célebre

Teresa Tito de Morais Mendes

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A revista Refugiado (Refugee), do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), tinha, nos finais dos anos 80, uma rubrica dedicada aos “Refugiados Célebres”. Nomes como Einstein, Willy Brandt, Marlene Dietrich, Nureyev, entre outros, figuravam como refugiados que se destacaram e se tornaram símbolos reconhecidos mundialmente pelas suas intervenções nas áreas da ciência, tecnologia, cultura, política e defesa dos direitos humanos.

Tive ocasião de colaborar, activamente, no único número da revista que saiu, em português, e de convidar Mário Soares, na altura Presidente da República, para figurar como exemplo de um refugiado célebre português que sofreu a prisão, a deportação e o exílio e que veio a representar o Portugal democrático ao mais alto nível.

Quando agora quis escrever sobre o meu Pai, esta ideia veio-me à memória, porque não só continuo muito envolvida no trabalho com os refugiados e na esfera dos direitos humanos, mas também porque ele foi, de facto, um Refugiado Célebre.

Também ele foi privado de liberdade, passou o pesadelo da prisão em Portugal e em Angola, esteve exilado e impedido de entrar em países como a França, viveu com dificuldades de vária ordem, mas sempre com uma inabalável convicção que voltaria ao seu país e ajudaria a construir um Portugal melhor, mais justo e solidário em que os valores que o inspiraram da revolução francesa - Liberdade, Igualdade e Fraternidade - fossem atingidos.

E assim foi. A sua vida dedicada à política com uma perspectiva universal, o seu sentido de ética e justiça foram um exemplo para todos nós, e são respeitados ainda hoje pelos seus amigos e por muitos adversários políticos.

Fui privada do seu convívio durante muito tempo. Quando esteve em Angola, no Brasil e na Argélia era muito difícil vermo-nos. Lembro-me que tentei ir visitá-lo, e às minhas irmãs Luísa e Titinha, a Argel e fui interceptada pela PIDE em Vilar Formoso e obrigada a regressar a Portugal com o passaporte apreendido.

Já quando viveu em Roma foi diferente. Estávamos mais vezes juntos. Eu e o Jaime levávamos os nossos filhos, Carlos Miguel e Rita, muito pequenos, a visitar o Avô e a passear por Roma. Recordo como era bom sairmos à sexta-feira de Lausanne, conduzirmos durante toda a noite e chegarmos de madrugada para passar o fim-de-semana. O Pai estava à nossa espera com um grande sorriso de alívio pela viagem ter corrido bem. Em Roma, o meu irmão Manuel servia-nos de “cicerone”, e com o Luís e o Pedro percorríamos, às vezes cansados até à exaustão, locais magníficos, plenos de história e de arte, como o Coliseu, o Fórum romano, o Pantheon, as Catacumbas, a “Fontana de Trevi”, a Piazza Navona, etc. etc.

Mas o nosso “reencontro” foi depois do 25 de Abril. A reunificação familiar, que a maior parte dos refugiados de ontem e de hoje tanto anseiam, foi só possível, para nós, depois do 25 de Abril e em Portugal. A partir daí a família passou a ser também uma “prioridade” para o meu Pai.

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As reuniões em família multiplicaram-se. Os jantares, ao domingo, com os filhos, genros e netos em sua casa tiveram um significado muito particular. Mais tarde, a sua casa em Terrugem foi uma porta aberta para os amigos e para a família, o que nos dava um grande conforto. Sabia que podia contar com ele sempre, que me ajudaria quando fosse necessário, que se interessava pelo meu trabalho. Embora a diversidade de opiniões imperasse muitas vezes na nossa família, o seu passado de Refugiado Célebre e o seu presente de artífice do Portugal democrático conferia-lhe um grande respeito quando falava.

© CCTM (66)

13
Jan10

Comunistas e socialistas. Anos 60 e também 70

CCTM

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" - Então qual é o teu blog? – Interroguei o Jaime Mendes – Que ainda não tinha, faltava escolher o nome. Recentemente anunciou-me, naquela feira de "amizades” e bolsa de encontros que é o Facebook, que já velejava em velocidade de cruzeiro.

Um dos seus primeiros posts foi dedicado ao sogro, Tito de Morais, um dirigente histórico fundador do PS, político muito respeitado e carismático representante da ala esquerda do Partido Socialista. A leitura fez-me recuar ao ano de 1973, ia eu no meu oitavo ano a viver na clandestinidade e na sexta casa clandestina, então em Odivelas. A Leonor já ia com três anos de idade (e de clandestinidade, mas sem dar por isso) a Maria esperava o José para Março do ano seguinte.

O post do Jaime conduziu-me ao histórico e clandestino primeiro e único (antes do "25 de Abril") encontro de delegações do Conselho Directivo do Partido Socialista, recém-constituído e do Comité Central do PCP, em Paris. O "Comunicado Comum" saído da reunião e publicado no Avante clandestino de Outubro de 1973 (na imagem) refere como data o mês de Setembro mas não oferece, por causa da PIDE, mais nenhuns dados, nem o dia, nem o país ou a cidade onde teve lugar ou a composição das delegações.

Sei que a reunião foi em Paris porque participei nela e lembro-me bem de que ocorreu na manhã de 12 de Setembro de 1973, como explicarei."

Raimundo Narciso

Continue a ler em Caminhos da Memória.

Imagem de: Raimundo Narciso

© CCTM (54)

15
Dez09

P'ró ano em Portugal!

Jaime Mendes

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A festa do fim do ano de 1973 reuniu em Lausanne: Mário Soares, Maria Barroso, Manuel Alfredo Tito de Morais, Maria Emília, além da família anfitriã Teresa, Jaime e os seus filhos Carlos e Rita.

À época, Mário Soares e Tito de Morais eram dirigentes socialistas no exílio que tinham assinado, dias antes, provavelmente em Paris, um manifesto com a Direcção do PC, que apontava no caminho de uma unidade de esquerda tipo Frente Popular. O Partido Socialista Português já tinha sido constituído, em Abril desse ano, na cidade alemã de Bad Munstereifel.

Como em todas as passagens de ano era obrigatório: a abertura da garrafa de espumante, as passas e o bolo. Os votos e os desejos tinham os olhos postos no regresso a Portugal e no derrube da Ditadura. As ilusões da "primavera Marcelista” tinham chegado ao fim.

“Para o ano em Portugal”, voto repetido ao longo de tantos anos de exílio, tornou-se uma realidade.

É hoje, com saudades, que relembro esse dia e muitos outros mais passados no exílio e depois em Portugal, no convívio com o meu sogro, Manuel Alfredo Tito de Morais.

Recebido em sua casa, sempre como filho, também sempre o considerei como um segundo Pai, e é difícil falar, com imparcialidade, de um Pai.

Apesar de eu ter militado num Partido diferente do dele; recebi o seu exemplo como a herança que nos deixou a mim e à minha família, de verticalidade, honestidade, de lutador incansável pela Justiça, de defensor dos mais fracos.

Tito de Morais, nascido em berço de ouro, recebeu, como muitos naquela época, os ideais da República: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, como primeira refeição.

Atrevo-me a dizer que foi sempre um socialista de esquerda, certamente mais influenciado pelos ideais da revolução francesa do que da revolução bolchevique, mas não era um social-democrata.

Na política ficou como o grande obreiro do partido socialista, o militante por excelência, o que punha o Partido e o combate em primeiro lugar, muitas vezes em detrimento do convívio familiar de que tanto gostava.

Nos tempos que correm distingo como um dos principais traços do seu carácter, a honestidade e diria mesmo o desinteresse completo pelo dinheiro e os bens supérfluos desta sociedade de consumo.

Pertencia àqueles homens que apesar de desempenharem altos cargos de Estado, viajavam de comboio em 2ª classe, porque não existia 3ª, que preferiam um restaurante popular, onde se comesse o bom “cozido à portuguesa”, em vez de um “requintado” que estivesse na moda.

Para o PS e para toda a esquerda portuguesa, ele deve ser o exemplo a seguir, de estar na política servindo o país, como o fez durante toda a sua longa vida.

© CCTM (38)

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ATM

Nota do Webmaster (2022)

Este Blog está, como se pode ler no "feed", selado para memória desde o dia 2010.07.29, data em que a Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do nascimento de Tito de Morais se extinguiu.
O tempo (12 anos), em termos de evolução tecnológica, é inimigo das selagens e o Blog, para que continue a reflectir a memória, teve de ser tecnicamente “desselado” para manutenção.
Na minha qualidade de webmaster reactivei as imagens, uma vez que a base de dados onde estavam alojadas foi descontinuada, e procedi a alguns ajustes para permitir que este acervo se mantenha funcional. Estes trabalhos decorreram entre 14 e 25 de Setembro de 2022
Se em relação ao texto fica a garantia de praticamente nada ter sido alterado, com excepção de alguns links externos entretanto quebrados ou já inexistentes, já no grafismo original houve que fazer pequenos acertos.
A nota justificativa está registada na última (primeira) página do Blog.
Luís Novaes Tito
luismariatito@gmail.com
2022.09.25

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